No centro desta idéia já houve uma horta, xodó de um antigo caseiro, o velho Zeca Ramos. Não conseguia ver outra coisa neste espaço senāo uma horta de novo. Um tributo à natureza! Um espaço destinado a fazer o que a natureza mais gosta, produzir. Produzir beleza e sustento.
Lembrei da dificuldade que era cultivar numa região de temperaturas extremas e chuvas constantes.
Como ninguém gosta de começar um projeto aceitando frustrações, me armei de paciência para construir estruturas cobertas para plantar o ano inteiro.
Pensei no sistema hidropônico inicialmente, para tirar proveito da sobra de água que jorra montanha abaixo. Estudei, fiz projetos mas acabei desistindo pois, os insumos, os nutrientes, não são fáceis de encontrar, não são baratos, e, o quanto isso afeta quimicamente o produto da horta não se pode garantir. Acabei escolhendo então, o sistema orgânico. Sem uso de agrotóxicos nem adubos químicos nem qualquer outro contaminante. Nem mesmo esterco. Pra isso, a primeira providência foi isolar a área como um território sem cachorro.
A segunda, a compra de minhocario para a produção de húmus e chorume para enriquecer a terra.
Julho de 2016, março inicial da horta.
Esse equipamento comprado pela Internet com entrega pelo correio é de facílima manutenção. São 3 caixas sobrepostas. A última recebe o chorume resultante do trabalho das minhocas e contém uma torneirinha para sua retirada. Seu uso nas plantas deve ter a diluiçāo de 1 parte de chorume para 10 de água A caixa do meio e a de cima, são digestórias, onde se coloca em camadas, feito lasanha, terra, as minhocas, os restos de verduras, legumes, pó de café, cascas de ovos etc. Tudo da cozinha que não seja carne, cítricos, ou temperado. A última camada é de folhas secas, aparas de grama seca, ou serragem de madeira não tratada quimicamente. Segundo o fabricante, este modelo grande, após um ciclo completo, de 2 meses, produz 40 kg de húmus.
Em setembro, no entanto, ao separar as minhocas para reiniciar o processo, passando o conteúdo das caixas em uma peneira grossa, retirei mais que isso de húmus e, ainda, sobrou cerca de 20 kg de um bagaço mais grosso e mais húmido que é matéria orgânica pura. Esta já tem canteiro certo, o da Couve.
A terra! Me preocupei muito com ela. Cada planta tem sua necessidade de nutrientes e Ph. Pensei que fosse mais difícil mas como verão, a mãe natureza é sábia e generosa. Nada é tão matemático ou complicado como parecia.
Tentando calcular quando ficarão prontos os canteiros, fui iniciando algumas experiências. Semeei couve manteiga, beringela, beterraba e abobrinha. Li que a couve era difícil de germinar a partir de sementes. Semeei 30 e germinaram as 30.
O problema da Couve foi a qualidade escolhida. A couve manteiga é muito frágil e delicada. Muito sensíveis ao sol e à água.
Estas, semeadas em 4 de setembro, já com mais de 3 folhas, acredito que não resistiriam ao tempo no canteiro. Das 30 que germinaram, restam 20 aguardando o canteiro definitivo.
Agora, em dezembro, mostro mais detalhes de mais uma coleta de húmus do minhocario. Antes, uma dica de observação prática.
Não é necessário, obrigatório, retirar as sementes dos restos de alimentos colocados no minhocario. Porém, as sementes pequenas, de quase tudo que se pretende numa horta, germinam muito parecidas. Com duas folhinhas primárias lisas e alongadas. Para, só depois de crescidas se diferenciarem, visualmente, com o que você pretendeu plantar.
Exceto pepinos e Abobrinhas, pelo que observei até agora, sementes grandes, mostram de cara o que serão. No início da germinação, é muito difícil saber o que é tomate, salsa, coentro, alface ou chicoria.
Por isso, pretendo evitar jogar sementes no próximo ciclo do minhocario. O húmus que utilizei por último no canteiro das couves, estava repleto de sementes de tomates que se espalharam no canteiro errado e tiveram que ser descartadas.
Muito trabalho e empenho, mas vai valer à pena.
ResponderExcluirEstá ficando linda mesmo.
Um trabalho a ser copiado.